Processo de Eleição Direta
Processo de Eleição Direta
Não vingou a tese defendida pelo presidente estadual do PT, Jonas Paulo – e também  pelo governador Jaques Wagner – de a militância petista buscar um nome de consenso para comandar  o partido a partir do próximo ano. Cinco chapas acabaram se inscrevendo, na semana passada, para concorrer ao Processo de Eleição Direta (PED) que vai escolher, em 10 de novembro, a nova direção do PT na Bahia. A primeira chapa, denominada “O partido é a militância”, é encabeçada pelo economista e professor, Hipólito de Brito. A segunda tem como candidato o secretário estadual de organização do partido, Everaldo Anunciação, que disputará o PED com o lema “Partido de lutas e de mudanças”. A terceira chapa, “Partido mais forte”, é encabeçada pelo vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa (ABI), jornalista Ernesto Marques. A quarta chapa é liderada por Wanderson Pimenta, estudante de Direito da Ufba, que tem como  slogan “Militância socialista: incendiando corações e mentes”. O quinto candidato à presidência  do PT é Lourival Tranquilo, integrante do Diretório Estadual, que concorre com a chapa “Constituinte, terra, trabalho e soberania”.
Retomada de rumo
Se não houver mudanças nesta configuração até a sexta-feira, data-limite para confirmação das chapas inscritas, o pleito de 2013 promete ser dos mais disputados.
Este ano, além de eleger os novos dirigente para as três instâncias partidárias – estadual, municipal e o Diretório Nacional -, petistas estarão às voltas com as discussões em torno da sucessão estadual.
Terão de escolher  o nome que vai suceder Wagner em 2014: Walter Pinheiro, Rui Costa, Sérgio Gabrielli ou Luiz Caetano. O governador deseja que não haja bate-chapa.
O esforço para não dividir o partido tem uma razão. O PT entrou em alerta a partir das manifestações que eclodiram Brasil afora e um sentimento anti partidário tomou conta das ruas.
Percebeu que precisa voltar  a ser o partido que surgiu das mobilizações das massas. Não por  acaso, as chapas que disputarão o PED na Bahia traduzem, em seus slogans, essa retomada de rota.
Até mesmo a principal estrela do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, admitiu, no lançamento à releição da candidatura de Rui Falcão à presidência nacional do PT, na semana passada em Brasília, que o partido cometeu desvios, mas que continua forte, e encorajou a militância a ir para as ruas.
Burocrático
É exatamente isso a que se propõe o candidato ao PED na Bahia, Ernesto Marques. Apoiado pela tendência PT Movimento (deputados Marcelino Gallo, Guilherme Menezes), Brasil socialista (Sócrates Santana) e parte da CNB (Construindo um novo Brasil), liderado por José Maria, Ernesto critica a “burocratização ” do partido e o excesso de militantes no “aparelho” do estado.
“Quem é que vai colocar o PT na rua? Aqueles que encrustaram o partido nos gabinetes e esfriaram a relação com os movimentos de base?”, indaga ele, que se coloca como renovação no partido.
O petista críticou as “pressões” de setores do partido para eleger Everaldo Anunciação. “A busca pelo consenso desmobilizou o partido,  levou ao sufocamento das instâncias partidárias”.
Já Everaldo da Anunciação explicou que há uma tentativa de se costurar uma unidade, porém não personalista, mas em torno de um projeto que precisa ser tocado.
“Eu, que fui vereador e disputei majoritária, defendo por princípio a política de alianças. Portanto, é justo e legítimo que eu faça, internamente no partido, política de aliança”, diz Anunciação, rebatendo a acusação de que seu nome estaria sendo imposto.
O dirigente explicou que quando fala em consenso se refere à construir uma maioria que expresse um olhar estratégico  do partido.
“Nesta conjuntura da disputa, isso está materializada nos debates internos”, entende. O petista diz contar com o apoio de nove deputados federais (Waldenor Pereira, Luiz Alberto, Afonso Florence, Pelegrino),  treze estaduais (entre eles, Maria Del Carmen, Rosemberg Pinto), do senador Walter Pinheiro e da maioria das setoriais (MST, Mulher, LGTBT etc) A Tarde