O apresentador e jornalista Uziel Bueno

O jornalista e deputado estadual Uziel Bueno foi demitido da Rádio Tudo FM, na manhã de quarta-feira (03), logo após finalizar o programa Acorda Pra Vida. Em sua conta no Twitter, Uziel acusou o governo do Estado por sua demissão: “O modus operandi  se repete. O governo tenta me calar mais uma vez. Não faço mais parte da TudoFM. Obrigado aos amigos e ouvintes”. Quando apresentava o programa Na Mira, na TV Aratu, Uziel também foi demitido por pressão do governo Wagner.
O programa apresentado por Uziel era líder de audiência no horário das 7h às 9h. Segundo informações que circulam no mercado, a diretoria da rádio Tudo FM estava sofrendo pressão da Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia (Secom) para demitir o apresentador. O colunista político Samuel Celestino é um dos sócios da emissora.
Em uma mensagem escrita no perfil que mantém no Facebook o apresentador comentou sua demissão: “Sempre defendi e continuarei defendendo a liberdade de imprensa. Não admito que o jornalismo seja censurado ou guiado para tentar deturpar ou esconder a realidade do nosso estado. (..) Obrigado a todos os amigos que fiz na Tudo FM, aos ouvintes um até breve. Nunca irei vendê-los. O sistema continua bruto mas não pode ser para o povo!!! Sigo firme e forte na batalha”.
Não admito que o jornalismo seja censurado ou guiado para tentar deturpar ou esconder a realidade do nosso estado (Uziel Bueno)
Outros casos de censura – O radialista e deputado estadual Carlos Geilson se pronunciou no Twitter sobre o episódio: “O governo JW agora tira o microfone de Uziel Bueno. O comunicador foi demitido. É este o modo republicano de governar do PT. Eu já fui vítima”. Geilson foi obrigado a deixar a Rádio Subaé, de Feira de Santana, onde trabalhava há 26 anos, por criticar o governo Wagner.
Outro radialisita de Feira, Glauco Wanderley, também da Rádio Subaé, denunciou em sua página pessoal no Facebook, em novembro de 2011, que o líder do governo na Assembleia Legislativa, José Neto (PT), havia ameaçado cortar os anúncios governamentais na rádio apenas porque deixou de anunciar durante o programa que comanda, “Subaé Notícias”, um seminário sobre rádio comunitária que era apoiado pelo petista.
O radialista e jornalista Valdeck Filho é outra vítima da pressão do governo sobre os meios de comunicação. Ele foi demitido da TV Aratu devido ao seu posicionamento durante a greve dos policiais militares no programa Na Mira e em seu perfil no Facebook.
Na ocasião, ele declarou ter sido vítima da “tirania de um governo fascista” por mostrar “as difíceis condições de trabalho dos policiais civis e policiais militares” e a intransigência do governo do Estado durante a greve.
Em junho do ano passado, o jornalista Guilherme Vasconcelos pediu demissão do site Bocão News por ter uma matéria censurada a pedido do governo Wagner.
“Escrevi, com base em dados oficiais, uma matéria que mostrava o crescimento exponencial dos gastos com publicidade do governo Wagner. Para minha surpresa, cerca de uma hora após a matéria ter sido postada, ordens da chefia chegaram até a redação para que a reportagem fosse retirada do ar. Me foi dito que, por interesses econômicos e por pressão do “democrático” governo petista, a ordem era irrevogável”, contou Vasconcelos na ocasião.