Do G1 Itapetininga e Região e do G1 SP
A renúncia do prefeito de Paranapanema (SP), no dia 31 de julho de 2013, ainda é assunto entre os moradores da cidade. Sete meses após assumir a prefeitura, Márcio Faber (PV), o ex-prefeito, deixou o cargo alegando que o salário de chefe do Executivo era baixo demais: R$ 5,8 mil. Como médico, ele recebia quase R$ 25 mil a mais. A atitude do ex-prefeito assustou os eleitores do município e foi criticada por cientistas políticos. Com a saída de Faber, assumiu o cargo o então vice-prefeito, Antônio Nakagawa (PV).
Nakagawa afirma que também considera o salário muito baixo. “Realmente o salário é muito baixo. Se eu estivesse na mesma situação que o Márcio, de ter que criar filhos, eu nem teria me candidatado”, comenta.
Antes de entrar para a política, Nakagawa trabalhava no próprio escritório de contabilidade. Ele afirma que sua renda anterior era inferior ao que ganha atualmente como prefeito. “Minha renda mensal era em média R$ 5 mil, menos do que ganho hoje. Meu objetivo não é ganhar dinheiro na prefeitura e nem ficar rico", diz.
O aposentado de 66 anos entrou na carreira política há nove anos, quando tentou se eleger como vereador, mas não conseguiu.
Apesar de muitos moradores temerem uma nova desistência, Nakagawa garante que a cidade não corre o risco de ficar sem chefe do Executivo novamente. "Pretendo concluir os próximos anos e descansar. Não penso em me candidatar novamente, mas quero terminar este mandato, sim”, afirma.
Nakagawa admite que a atitude do amigo foi surpreendente. “Desde o começo fiz questão de estar presente em todos os trabalhos, mas nunca pensei que seria o prefeito. Historicamente, o vice nunca aparece. Agora, quero fazer história”, conclui.
A reportagem também ouviu moradores de Paranapanema nesta semana em que a decisão do ex-prefeito completa um mês. Márcio Faber foi eleito em outubro de 2012, com 5.873 votos. Ele fazia parte da coligação 'Inovação é Agora', que reunia os partidos PT e PV.
O comerciante José Aparecido de Oliveira acredita que a remuneração é realmente baixa. "Se for analisar, o prefeito leva uma vida com muitos compromissos, o que requer um salário razoável. No mínimo ele deveria ganhar uns R$ 10 mil. Acho a atitude dele louvável", elogia.
A vendedora Josiane Antunes afirma que, se Faber saísse candidato novamente, votaria nele. "Ele foi honesto. Nesses poucos meses de governo fez o certo. O salário não ajudou e acho que a atitude dele foi correta", diz.
Já a balconista Dariane Antunes discorda do motivo alegado para Faber deixar o cargo. Ela acha que o valor é justo para o cargo de prefeito de Paranapanema. “Para o tamanho da cidade eu não vejo necessidade de receber mais que isso. Não achei certo o que ele fez, e não votaria de novo nele”, conclui.
Tentamos entrar em contato por várias vezes com o médico, que preferiu não se manifestar. Cláudia Fáber, mulher do ex-prefeito, disse que a família está se estabilizando. Ela informou que a família deixou Paranapanema e hoje vive em outra cidade, onde o marido exerce a função de médico. “Meu marido está trabalhado em algumas cidades da região e preferimos não tocar mais no assunto.”
Questionada sobre uma possível vontade de o marido voltar a se candidatar a algum cargo público, ela disse não acreditar que "ele queira voltar para a política".
Salário
O atual salário do prefeito de Paranapanema é de R$ 5,8 mil. No dia 31 de julho, Márcio Faber desistiu do cargo alegando que o salário era muito baixo em relação ao que recebia anteriormente, como médico ginecologista. O salário anterior era de aproximadamente R$ 30 mil.
O atual salário do prefeito de Paranapanema é de R$ 5,8 mil. No dia 31 de julho, Márcio Faber desistiu do cargo alegando que o salário era muito baixo em relação ao que recebia anteriormente, como médico ginecologista. O salário anterior era de aproximadamente R$ 30 mil.
Antes de renunciar, Faber enviou uma documentação para a Câmara de Vereadores solicitando que fosse considerada a hipótese de aumentar o salário de prefeito para R$ 7.250, um reajuste de 25%. Mas o projeto de lei nem sequer foi criado.
De acordo com o presidente da Câmara, Leonardo de Araújo, o projeto não foi levado adiante porque é proibido aumentar o salário da atual gestão. Segundo ele, o reajuste poderia ser feito para o próximo chefe do executivo. “Não podemos reajustar o salário desta gestão, só se aumentasse para o próximo prefeito. Não pensamos nisso por enquanto”, explica
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