Para Guido Mantega, ministro da Fazenda, a Copa do Mundo derrubou a atividade no primeiro semestre:
O governo
não admite que a economia possa ter registrado uma recessão técnica
(dois trimestres seguidos de contração da economia) no primeiro semestre
de 2014.
Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, define o crescimento do período como “pequeno” e “moderado” —e joga parte da responsabilidade sobre a Copa do Mundo.
“[A Copa]
foi um sucesso do ponto de vista de organização. Do ponto de vista da
produção e do comércio, prejudicou”, avaliou Mantega em entrevista à
Folha e ao UOL, na quinta-feira (14).
“[Durante o
evento] tivemos muito poucos dias úteis. A produção industrial caiu e o
comércio cresceu pouco (…). De fato, não foi um bom resultado”, afirmou.
Então quer dizer, afinal de contas, que
realizar a Copa no Brasil não foi uma maravilha para nossa economia?
Quer dizer que o ministro, finalmente, reconhece que existe aquilo que
se vê (os gringos gastando, os empregos criados para as reformas e
construções de estádios, etc.) e aquilo que não se vê (os
inúmeros feriados para compensar a falta de organização e
infraestrutura, os bilhões desviados para torrar em arenas inúteis,
etc.)?
Fica a deixa para os marqueteiros tucanos: a Copa foi prejudicial à economia brasileira, e quem diz isso não sou eu, mas o próprio ministro da Fazenda do governo Dilma.
Em tempo: se alguém dissesse que isso aconteceria antes da Copa, a presidente Dilma o acusaria de “pessimista” e “inimigo do Brasil”.
Rodrigo Constantino