segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Entrevista no Fantástico com Pai de menino Davi

O Fantástico fez uma entrevista com a família do menino de 10 anos que atirou numa professora e depois se matou, dentro de uma escola de São Paulo. O pai, a mãe e o irmão de Davi Nogueira contaram ao repórter Valmir Salaro o que aconteceu naquele dia.
Milton Nogueira: Cheguei na escola, deixei ele, dei um abraço nele e falei com ele “Boa escola”. Quando eu voltei para a minha casa, tomei o banho, no qual eu senti falta do meu instrumento de trabalho, minha arma.
Em São Caetano do Sul, os guardas municipais trabalham armados. Mas o revólver que Davi levou para a escola era de uso particular. Milton levava a arma nos bicos que fazia como segurança fora do expediente.
“Liguei para minha esposa no desespero. Perguntei para ela: ‘Amor, você mexeu no guarda-roupa?’. ‘Não, não mexi’. Aí já veio logo os meus filhos, porque só estava a gente em casa. Aí fui até a escola por volta das 13h20. Chamei a coordenadora, pedi que queria falar com meus dois filhos. Os dois desceram, e ele foi o primeiro a descer da sala. Eu cheguei, questionei a ele: ‘Filho, você mexeu com a arma do pai?’. Ele abriu a mãozinha: ‘Pai, não mexi’. Meus filhos nunca mentiu para mim. Meu filho mais velho falou: ‘Pai, se o senhor quiser ir lá em cima olhar minha mochila, o senhor pode subir na sala e ver a minha mochila’. Falei: ‘Filho, não precisa’. Subiram os dois juntos, abraçados”, lembra Milton Nogueira.
Perto das 16h, o telefone do guarda municipal tocou. “Aí meu filho mais velho, eu recebi um telefonema dele da escola: ‘Pai, o senhor não acredita. Foi o Davi que trouxe a arma do senhor, pai. Ele deu um tiro na cabeça’. Recebi a notícia do meu filho mais velho. Essa arma exatamente ficava em cima do guarda-roupa, na parte de cima do guarda-roupa, na última parte. Tem umas cobertas, eu colocava embaixo. Os dois têm orientação: a arma foi feita para matar. Ela não tem outro objetivo”, disse Milton Nogueira.
“Ele nunca deixou a arma [carregada]. Coincidentemente, nesse dia, tinha ficado. Ele chegava e a primeira coisa que ele fazia é tirar a munição da arma”, comentou Dona Elenice.
Fantástico: Como era o Davi em casa no dia a dia?
Dona Elenice: Davi viveu dez anos com nós, foram dez anos de bênção na minha vida.
Fantástico: Senhor não sabe por que o Davi fez isso?
Milton Nogueira: Não sabemos, porque não tem motivo. É um menino muito bom, carinhoso, estudioso, notas boas. Não tinha problema com ninguém, na escola, na igreja.
Fantástico: A senhora também não tem uma explicação para o que aconteceu?
Dona Elenice: Ninguém tem.
“Enquanto a gente andava em volta da quadra, eu pude ver ele. Semblante feliz, tranquilo, conversando com os amigos dele sentado no banco. Em nenhum momento, ele me contou que estava com a arma. Em nenhum momento, eu desconfiei que ele estava com a arma. Só a partir do momento que eu escutei o primeiro disparo, que eu senti no coração, eu virei pro meu amigo e falei: ‘Meu, acabou’”, diz o irmão do garoto.
 

GOVERNADOR VEM E VAI MAS, O HGVC ESTÁ NA UTI.

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